Mais de 220 pais perderam a vida para a covid antes do nascimento dos filhos, no Brasil

Muitas pessoas não sabem, mas mais de 220 pais perderam a vida para a Covid-19. Há cerca de mais ou menos um ano, a amazonense Nayla Victoria Rêgo da Silva Pinto, de apenas 21 anos de idade, de Parintins, acabou recebendo uma das notícias mais triste de sua vida: seu noivo Lúcio Kimura, de 36 anos, infelizmente acabou não resistindo às complicações causadas pelo vírus da Covid-19.

Na época, o primeiro sintoma que apareceu foi a falta de ar. Apesar de aparentar estar bem fisicamente, os exames realizados mostraram que ele possuía cerca de 90% de seu pulmão comprometido quando deu entrada no hospital.

Após passar alguns dias, infelizmente ele precisou ser entubado. Em uma entrevista dada para a revista CRESCER, Nayla relata que no dia em que ela recebeu na notícia de que seu noivo havia falecido, foi um baque muito grande. Não só pela notícia que havia recebido, mas pela situação que aconteceu. Seu noivo havia saído de um coma induzido em um domingo e veio a óbito na terça-feira, dia 27 de outubro de 2020.

Ainda vivendo o luto, seis meses depois, ela acabou tendo uma grande surpresa, descobriu que estava esperando um bebê e que já encontrava-se na reta final da gestação, com 37 semanas e que precisava realizar uma cesárea de emergência. Mesmo com o susto, a criança nasceu saudável e recebeu o nome de seu pai — Lúcio — e veio para poder ressignificar a vida de todos os familiares. Nayla conta que ela e o noivo tinham planos de ter um filho mais para frente. Lucio pedia a cada mês e o pai de dela também, sempre pedia para ter um netinho.

Pais que perderam a vida para a Covid-19

A experiência de Nayla, apesar de doer bastante, não foi a única durante a pandemia da Covid-19. Conforme as informações da Arpen-Brasil, que representa os Cartórios de Registro Civil do Brasil, pelo menos cerca de 233 pais vieram a óbito antes de poder ver os filhos nascerem, entre 16 de mãe de 2020 e 24 de setembro deste ano.

Esse levantamento foi realizado de acordo com o cruzamento entre os CPFs dos pais nos registros de nascimentos e de mortes nos 7.645 cartório de Registro Civil do Brasil, aponta que quase todas as mortes foram registradas no estado paulista, depois no estado do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Parana e Santa Cataria. De acordo com a Arpen, não é possível que seja afirmado quantos desses 233 são homens ou mulheres que vieram a falecer pouco antes de dar a luz.

Fonte: Revista Crescer